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11/09/2014 – Santander – Portal do Empreendedor – Pragmatismo sobre o local de trabalho. (11/09/2014)

Qui, 11 de Setembro de 2014 00:00
Por: Fernando Angelieri 
 

Quando se inicia um empreendimento, talvez a primeira coisa que vem na cabeça é onde será montado o “escritório”. Pelo menos foi assim para mim. Sonhava com um escritório chique onde os clientes veriam o potencial da empresa e as vendas seriam fechadas.

Em uma conta singela a valores de hoje, gastávamos R$ 20.000,00 por mês em aluguel, ou, deixando o cálculo mais realista, R$ 240.000,00 ao ano, sem mencionar o custo de mão de obra. Haja cliente para suprir somente este custo e ainda prover algum lucro líquido.

Mas daí você pode estar pensando: “Eu preciso de um local físico para trabalhar, para colocar meus funcionários e/ou minhas máquinas. Preciso colocar meus produtos à mostra aos meus clientes”.

Ok, o chavão de consultor cai bem aqui com “cada caso é um caso”, mas eu quero que você expanda seu planejamento para outras opções.

Pense eu seu contador, onde ele trabalha? Ah, ele tem o escritório dele! Mas pense sob o ponto de vista de sua empresa, é um colaborador seu que não está fisicamente no escritório de sua empresa.

Pense no processamento da folha de pagamento: também está fora. Até seu “consultor financeiro”, também chamado de banco, está fora.
 

Qual a diferença aqui com um funcionário seu? Ele precisa estar ao seu lado?

Às vezes sim, muitas vezes não.

 
Faça esta análise, usando o bom senso, ignorando seus preconceitos e colocando tudo no papel. Além disso, não se esqueça de adicionar nesta conta o tempo que ele gasta até chegar ao escritório e os desgastes físicos e emocionais.

Por outro lado você pode estar pensando: como garantir que eles estejam trabalhando?

Já existe até um termo cunhado chamado de PRESENTEÍSMO, onde o chefe precisa que o funcionário esteja “presente” e ser vigiado. As
novas gerações de profissionais não conseguem mais se manter em empregos com chefes assim.

Já que você que está empreendendo, tentando ser diferente, porque não tentar explorar algo que muitas grandes empresas já fazem?

Foque que seu local físico é somente necessário para a manutenção de itens realmente imprescindíveis, deixando flexível todo o resto. Aqui vão algumas dicas:
 
Na contratação:

  • Já divulgue vagas com a informação de ser remota, vindo X dias ao escritório. Isto já irá atrair pessoas com esta pretensão.
  • Opte por alguém que já tenha estrutura para isto, ambiente para trabalho e, principalmente, o acesso Internet. Não contrate alguém para trabalho remoto sem antes ele ter disponível a banda larga.
  • Trabalhe com a opção de adquirir o computador para o funcionário (como faria dentro de seu escritório) ou permitir que ele use a própria máquina (mais recomendado para pequenas empresas).

 
No expediente de trabalho:

  • Não permita interrupções. Horário de trabalho é trabalho.
  • Use e abuse das tecnologias. Para empresas com pouco número de funcionários, existem muitas soluções gratuitas para compartilhamento de documentos, chat, voz e vídeo.

 
Mas nem tudo são flores e o controle é muito importante. Seguem alguns pontos de atenção:

  • A lei 12.551, de 15 de dezembro de 2011, faz com que os direitos dos trabalhadores remotos sejam os mesmos dos que estão no escritório. Tenha tudo bem organizado e legalizado.
  • Com ou sem a lei, hora extra deve ser paga normalmente. Garanta um controle do ponto adequado aos seus funcionários. O controle do ponto remoto é amparado pela Portaria 373, facilitando a vida dos empresários e garantindo o correto apontamento das horas trabalhadas.
  • Controle seus funcionários pelas entregas: divida grandes atividades em etapas menores e cobre estas entregas em determinado tempo. Por exemplo, no caso de “avaliar a satisfação dos clientes”, o colaborador deve entregar um relatório diário com pelo menos cinco clientes avaliados.

Para cada empresa ou tipo de serviço, variam os benefícios tangíveis e intangíveis sobre o uso mais racional do ambiente de trabalho. A você, futuro ou atual empreendedor, cabe a decisão da escolha, mas lembre-se de que você não está sozinho. PhilipsBoticário e até órgãos governamentais, como oTribunal Superior do Trabalho, estão adotando este tipo de estratégia.

 

Fernando Angelieri é formado em Processamento de Dados pela FASP, com MBA em Gestão Estratégica de TI pela FIAP e em Administração pela FVG. Atuou em grandes empresas como Accenture e Microsoft e atualmente é um dos fundadores da TradingWorks, ferramenta na nuvem com foco na gestão de timesheet, atividades e projetos.

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